sábado, 23 de julho de 2011

Rio Pietro


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Rege uma lenda de um rio, um rio chamado Pietro onde acredita-se que tudo que cai, que toca o rio assim como as folhas no outono, os animais sedentos de cede, se transformam em pedra e então fiquei pensando no que faria se ficasse diante desse rio, sentada a sua margem, a primeira coisa que me veio a cabeça era querer poder jogar ali o meu coração e com isso cessar todas as minhas lagrimas, mas elas cessariam ? ou seria mais sensato deixar elas caírem no rio e virarem pedra ? A verdade é que não adiantaria arrancar do peito as lembranças que não saem da minha memória, que inútil seria lutar contra o que sinto, contra o que sou afinal até a pedra com a força apropriada e com o material certo se parte. O rio é só uma lenda e o meu coração é real, verdadeiro sim mas intocável não, como as folhas no outono ele despenca mas como o sol no verão ele surge, glorioso, como o vidro ele estilhaça mas como o mar ele sempre segue. E as lágrimas, ah as lágrimas, nada mais são do que uma demonstração do que carrego no peito sejam de alegrias ou tristezas, talvez sejam elas que ainda me tornam humana, talvez .



                                                                                D. Albuquerque